Olho de Lince

Que olhar foi esse que me deste hoje.
Um olhar de curiosidade para veres se ainda gosto de ti.
Um olhar mais profundo pois talvez percebeste-te que gostavas um pouco de mim!
Talvez que esta semana que não nos vimos te fez pensar em tudo o que de mim mostrei.
Que era irmão e pai ao mesmo tempo. 
Que era organizado e paciente, e anárquico e impulsivo.
Que era magro mas também forte e resiliente. 
Corajoso e adulto para já não me atirar com um mortal para a piscina.
A paixão por ti vai morrer assim aos poucos. Vais arranjar alguém mais próximo do que procuras.
Eu também vou continuar sem ti.
Mas talvez para sempre fique entre nós, aquele olhar que te fiz naquelas férias no arquipélago.

Olho de Lince- Luís Severo

Açores

Viagem aos Açores. Ao Portugal que me faltava nesta redescoberta da minha raiz. Passaram dois anos e meio desde o regresso de África. Tempo recuperado com os meus irmãos, a minha mãe, o meu pai. Os meus avós que estão a ficar velhotes.
Tempo de trabalho na realidade portuguesa: pedreiras, minas, obras. Tempo na cidade, nas planícies, serras e vales, nas vilas e aldeias do interior.