As Verdes Colinas de África
Perdi o livro que me acompanhava nesta 1ª estadia em África: As Verdes Colinas de África de Ernest Hemingway. Foi no primeiro de 3 aviões da viagem de Lilongwe para Lisboa. Depois de uma viagem a dormir, acordando apenas com a aterragem, naturalmente que o livro ficou no compartimento das revistas junto ao manual de emergência do avião. Estava a gostar do livro, das descrições da paisagem, das colinas e das planícies, das savanas e das florestas que surgiam entre os relatos das caçadas de Hemingway a rinocerontes, bufalos, leões, kudus, zebras. Do relato da vida no acampamento, do calor e dos mosquitos, do trabalho dos carregadores, esfoladores e portas espinguardas e dos wiskeys com soda no final do dia.
Como escreveu o O Observador, "neste livro e neste pequeno trecho, Hemingway, confessa-se a nós, de uma forma única. Toda a sua essência está aqui."
"(...) Veria os búfalos pastar no sítio onde viviam e, quando os elefantes atravessássem a colina, contemplá-los-ia e vê-los-ia quebrar os ramos sem ser obrigado a disparar, estender-me-ia nas folhas caídas e veria os kudus a pastar e não os alvejaria (...), ficaria estendido todo o dia atrás dum rochedo a olhá-los pela encosta, vendo-os tanto tempo que acabassem por me pertencer para sempre.
(...)
Claro que não se podia ali fazer vida. (...) Isto era o que nos diziam. Decerto. Mas eu não queria ganhar dinheiro. Tudo o que queria era viver ali e ter tempo para caçar. (...) Adorava o país e sentia-me em casa, e quando um homem se sente em casa fora do sítio onde nasceu, é para lá que deve ir.
(...)
Voltarei a África, mas não para ganhar a vida. Isso posso fazê-lo com dois lápis e umas centenas de folhas de papel barato. Mas voltarei onde me apaz viver; realmente viver. Não apenas deixar correr a vida.
(...)
Aqui posso caçar e pescar. Isto, escrever, ler e ver quadros é tudo o que me interessa fazer. Posso recordar todos os quadros. Há outras coisas que gosto de ver, mas estas são as que gosto fazer. Isto e esqui. Mas as minhas pernas agora estão fracas e não vale a pena dar tantas voltas para chegar à neve. Actualmente vê-se gente demais a fazer esqui. (...)."
Warm Heart of Africa I
Escrevo de Lisboa. Já matei as saudades da família, já estive no café com os amigos, já senti o frio de inverno na cara, já estive com os pés frios, já me irritei no shopping com as compras no natal e já estou com a neura de passar o dia em frente ao computador.
Já me esqueci de metade das coisas que pensava escrever enquanto ia em viagem pelas estradas do Malawi ou do Zimbabwe, embalado pelas curvas e buracos da estrada, pela visão das montanhas arredondadas pelas chuvadas de há milhões de anos, pelas buzinadelas às bicicletas carregadas de sacos de carvão e pelos vendedores de mangas, cogumelos, espetadas de ratos à beira da estrada. Foi um mês e meio intenso, de descoberta, a 1ª vez em África, como a 1ª vez em outras coisas, foi a melhor. Foi um período feliz vivido em pleno, de forma genuína, simples e em liberdade, sem tretas. Conheci várias pessoas boas que me receberam bem, conheci muitos malawianos que me supreenderam pela bondade, inteligência e capacidade de trabalho. Fui tratado como um ser de outra planeta pelas populações mais rurais, os mais pequeninos choravam, os mais velhos olhavam-me com curiosidade e riam-se a cada palhaçada minha. Quando os assustava a brincar fugiam todos para o mais longe que conseguiam enquanto as mães riam às gargalhadas, depois voltavam. Foi assim o primeiro fim de tarde que fui ao poço da aldeia buscar água.
Ao olhar pela janela do avião na abordagem à pista de Lilongwe vê-se cubatas, terra avermelhada pintalgada com árvores aqui e ali e pequenos campo agrícolas. O aeroporto é pequeno e suficiente para o único avião que aterra diariamente. Puxo as mangas da camisa e preparo-me para o calor. Ao pisar a pista entro num fime nunca visto de um estilo que ainda não tinha ouvido falar. Hi Bwana, welcome to the warm heart of Africa.
Já me esqueci de metade das coisas que pensava escrever enquanto ia em viagem pelas estradas do Malawi ou do Zimbabwe, embalado pelas curvas e buracos da estrada, pela visão das montanhas arredondadas pelas chuvadas de há milhões de anos, pelas buzinadelas às bicicletas carregadas de sacos de carvão e pelos vendedores de mangas, cogumelos, espetadas de ratos à beira da estrada. Foi um mês e meio intenso, de descoberta, a 1ª vez em África, como a 1ª vez em outras coisas, foi a melhor. Foi um período feliz vivido em pleno, de forma genuína, simples e em liberdade, sem tretas. Conheci várias pessoas boas que me receberam bem, conheci muitos malawianos que me supreenderam pela bondade, inteligência e capacidade de trabalho. Fui tratado como um ser de outra planeta pelas populações mais rurais, os mais pequeninos choravam, os mais velhos olhavam-me com curiosidade e riam-se a cada palhaçada minha. Quando os assustava a brincar fugiam todos para o mais longe que conseguiam enquanto as mães riam às gargalhadas, depois voltavam. Foi assim o primeiro fim de tarde que fui ao poço da aldeia buscar água.
Ao olhar pela janela do avião na abordagem à pista de Lilongwe vê-se cubatas, terra avermelhada pintalgada com árvores aqui e ali e pequenos campo agrícolas. O aeroporto é pequeno e suficiente para o único avião que aterra diariamente. Puxo as mangas da camisa e preparo-me para o calor. Ao pisar a pista entro num fime nunca visto de um estilo que ainda não tinha ouvido falar. Hi Bwana, welcome to the warm heart of Africa.
Zimbabwe - Mushandike
- Cartografia Geológica
- Cartografia Estrutural
- Recolha de amostras
- Fotos
Material:
Roupa para a chuva
Sacos de amostras
Canetas permanentes
GPS + Cartões + pilhas recarregáveis
Máquina fotográfica
Bússola
Lupa
Íman
Lanternas
Fita métrica
Replente
Martelo de geólogo
Kit 1º Socorros
Canivete
Chapéu
Trabalhadores Mushandike:
Equipa A - Takawira Matiza, Honest Muzondo, Godknows Shonhayi
Equipa B - Nyasha Ozore, Cephas Mashizha, Courage Mashizha.
- Cartografia Estrutural
- Recolha de amostras
- Fotos
Material:
Roupa para a chuva
Sacos de amostras
Canetas permanentes
GPS + Cartões + pilhas recarregáveis
Máquina fotográfica
Bússola
Lupa
Íman
Lanternas
Fita métrica
Replente
Martelo de geólogo
Kit 1º Socorros
Canivete
Chapéu
Trabalhadores Mushandike:
Equipa A - Takawira Matiza, Honest Muzondo, Godknows Shonhayi
Equipa B - Nyasha Ozore, Cephas Mashizha, Courage Mashizha.
Geology of Malawi
Geology of Malawi
The greater part of Malawi is underlain by cristaline rocks of Precambrian to lower Paleozoic age which are referred to the Malawi Basement Complex.
At various localities in the north and south of the country these rocks are overlain uncomformably by sedimentar and subordinate volcanic rocks which range in age from Permo-Triassic to Quaternary. Intrusive rocks of upper Jurassic to lower Cretaceous age, assigned to the Chilwa Alkaline Province, occur widely throughout Southern Malawi and form a distinctive feature of the local geology. Large tracts of the Lake Malawi litoral, the Shire valley and the Lilongwe, Kasungu and Mzimba plains are covered by various superficial deposits.
The basement complex has undergone a prolongued structural and metamorphic history. The post-basement complex development of the country was dominated by epiorogenic movements, faulting and the formation of the Malawi Rift Valley.
The greater part of Malawi is underlain by cristaline rocks of Precambrian to lower Paleozoic age which are referred to the Malawi Basement Complex.
At various localities in the north and south of the country these rocks are overlain uncomformably by sedimentar and subordinate volcanic rocks which range in age from Permo-Triassic to Quaternary. Intrusive rocks of upper Jurassic to lower Cretaceous age, assigned to the Chilwa Alkaline Province, occur widely throughout Southern Malawi and form a distinctive feature of the local geology. Large tracts of the Lake Malawi litoral, the Shire valley and the Lilongwe, Kasungu and Mzimba plains are covered by various superficial deposits.
The basement complex has undergone a prolongued structural and metamorphic history. The post-basement complex development of the country was dominated by epiorogenic movements, faulting and the formation of the Malawi Rift Valley.
Likudzi Campsite
Likudzi Campsite
- Big Generator
- Electricity
- Dozer for tractor
- Move Mauridi Tent
- Construction (Core House, Office, Diesel House, Bath room, Toillet, Kitchen, Wood, Fence)
- SALARIES!!
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- SALARIES!!
Chegada ao Malawi - Lilongwe
Paisagem espetacular, terra vermelha arada, árvores aqui e ali, grupos de cabanas, meia dúzia, dúzia no máximo em campos de terra amarela pisada. Línguas verdes de terra cultivada acompanhando os ribeiros e rios.
Falei pela primeira vez com uma malawiana de seu nome Sofi. Vive nos Estados Unidos e vinha ao funeral da mãe. Expliquei-lhe a razão da minha vinda, apesar de ainda não saber bem. Agora que escrevo já sei que me livrei da mina de Karonga por enquanto. Vou andar na prospectar minerais com recurso a sondagens e trabalho de campo. Gerir equipas e tratar da parte técnica. O meu chefe é o geólogo Rui Franco. Nasceu em Angola e quando foi o 25 de Abril foi com os pais para a Namíbia. Estudou em Coimbra. Senti-me imediatamente à vontade com ele. Não poderia ter tido uma melhor sensação ao chegar ao Malawi.
Fiz a viagem com 2 sondadores, Francisco Ganhão e André Lage, o seu aprendiz. Em relação às sondagens serei por uns tempos o aprendiz dos dois.
Níquel, platinoides, cobre, serão os metais de alta tecnologia que vou procurar e calcular reservas.
Tenho um empregado, o "house boy" que se chama Amos. Vive aqui na propriedade com a sua mulher e os seus 3 filhos. Não me disse a idade, mas que tinha nascido em 1968. Trata-me por "Sir". Talvez deva dizer-lhe para tratar-me por John.
Os residentes da casa são o Renato de Braga e o Gonçalo de Telheiras.
Falei pela primeira vez com uma malawiana de seu nome Sofi. Vive nos Estados Unidos e vinha ao funeral da mãe. Expliquei-lhe a razão da minha vinda, apesar de ainda não saber bem. Agora que escrevo já sei que me livrei da mina de Karonga por enquanto. Vou andar na prospectar minerais com recurso a sondagens e trabalho de campo. Gerir equipas e tratar da parte técnica. O meu chefe é o geólogo Rui Franco. Nasceu em Angola e quando foi o 25 de Abril foi com os pais para a Namíbia. Estudou em Coimbra. Senti-me imediatamente à vontade com ele. Não poderia ter tido uma melhor sensação ao chegar ao Malawi.
Fiz a viagem com 2 sondadores, Francisco Ganhão e André Lage, o seu aprendiz. Em relação às sondagens serei por uns tempos o aprendiz dos dois.
Níquel, platinoides, cobre, serão os metais de alta tecnologia que vou procurar e calcular reservas.
Tenho um empregado, o "house boy" que se chama Amos. Vive aqui na propriedade com a sua mulher e os seus 3 filhos. Não me disse a idade, mas que tinha nascido em 1968. Trata-me por "Sir". Talvez deva dizer-lhe para tratar-me por John.
Os residentes da casa são o Renato de Braga e o Gonçalo de Telheiras.
Assim vão passando os dias
Não tenho pressa. Pressa de quê?
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra.
Não; não sei ter pressa.
Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega —
Nem um centímetro mais longe.
Toco só onde toco, não aonde penso.
Só me posso sentar aonde estou.
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,
E vivemos vadios da nossa realidade.
E estamos sempre fora dela porque estamos aqui.
Alberto Caeiro
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra.
Não; não sei ter pressa.
Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega —
Nem um centímetro mais longe.
Toco só onde toco, não aonde penso.
Só me posso sentar aonde estou.
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,
E vivemos vadios da nossa realidade.
E estamos sempre fora dela porque estamos aqui.
Alberto Caeiro
Should I stay or should I go
Chove como já não chovia há muito tempo. Vou para África, é o mais provável, seja para a mota-engil ou outra empresa qualquer. Tenho 26 anos, o que estou aqui a fazer? Preciso de sair daqui, conhecer outro lugar, ser independente, aprender a cozinhar, dar espaço aos outros e a mim mesmo para crescer. Não vou ver a minha irmã, os meus irmãos, a minha mãe, o meu pai, por períodos de 4 meses. Não é muito tempo, é muito tempo! Mas estou há dez meses parado no tempo, tenho que ir.
Teahupoo
Andy Irons
Andy Irons (Peniche, 2010) |
Passaram cerca de 10 meses desde a morte trágica e inesperada de Andy Irons. Ainda ninguém o esqueceu, principalmente agora com a etapa do WCT de Teahupoo, último campeonato ganho por AI e que provou a toda a gente, a ele próprio principalmente, que ainda conseguia ganhar. Foi emocionante vê-lo ganhar depois de ter assistido ao período negro que atravessou tanto a nível profissional como a nível pessoal. É estranho ver surfistas que imaginamos que têm vidas de sonho deixarem-se levar nestas marés que afinal também fazem parte da vida. Vem apoiar a minha perspectiva que ao longo de uma vida todos temos que atravessar fazes menos boas e talvez AI, com sucesso precoce, as facilidades de surfista de topo, a excitação da vida no tour, ainda não tivesse experimentado a sensação de ser apanhado nesse agueiro, suponho. Faleceu, ou melhor, deixou de surfar aos 32 anos e será sempre recordado como o único que esteve à altura de rivalizar com o surfista (quiçá desportista) mais bem sucedido da história, Kelly Slater. Foi um surfista implacável em competição, com um surf solto mas preciso, e um repertório completo de manobras, ele era floaters em ondas de 5 metros, completava aéreos em competição numa época em que quase ninguém os fazia e era sem dúvida o rei da melhor onda do mundo: Pipeline.
Deixou Lindy, a sua belíssima mulher grávida de 8 meses do seu filho, Axel Irons que nasceu no dia do início do Pipeline Pro 2010. E o irmão Bruce, por agora, solitário guardião do surf dos Irons, nascido e polido nos reefs rasos e afiados do North Shore da ilha de Kauai, Hawai.
Bruce, Lindy and Axel Irons |
AI, Hossegor, France |
Jeff Buckley
Na noite de 29 de Maio de 1997, a banda de Jeff Buckley voava para Memphis para se lhe juntar e iniciar as gravações em estúdio do albúm sucessor de Grace (1994), intitulado My Sweetheart the Drunk. Nessa mesma noite Jeff Buckley foi nadar no rio Wolf, um afluente do rio Mississipi, não tirando a roupa que tinha vestido nem as suas botas enquanto cantava o refrão de "Whole Lotta Love" dos Led Zeppelin recorda Keith Foti, rodie que o acompanhava nessa noite, e que ficou em terra. Depois de ter movido o rádio e uma guitarra da margem devido às ondas provocadas pela passagem de um barco rebocador, Foti olhou para ver se via Buckley mas este tinha desaparecido. Apesar de intensas buscas o seu corpo só foi encontrado no dia 4 de Junho no rio Mississipi junto a uma pequena embarcação.
O Sol e o Vento
Ao cair da noite, ao pôr-do-sol, há muitas vezes um período de acalmia do vento que marca a mudança na sua direcção, do mar para terra (onshore) para o seu oposto, terra para mar (offshore). Durante o dia as massas da terra são aquecidas pelo sol mais rapidamente do que as do oceano, o ar em cima delas ascende e cria uma baixa de pressão no solo que atrai o ar mais fresco do mar, a chamada brisa marítima. De noite, como o oceano arrefece mais lentamente, a brisa sopra de terra para o mar. Hoje ao final da tarde consegui sentir esse momento sublime, em que as temperaturas na terra e no mar são exactamente iguais. Deixou de haver vento, a mais leve brisa, houve silêncio total na rua e o tempo pareceu congelar. Epifania.
Surfing pointbreaks and sleeping under pine trees
Hot sand on toes, cold sand in sleeping bags,
I've come to know that memories
Were the best things you ever had
The summer shorn beat down on browned backs
So far from home where the ocean stood
Down dust and pine cone tracks
We slept like dogs down by the fire side
Awoke to the fog all around us
The boom of summer time
We stood
Steady as the stars in the woods
So happy-hearted
And the warmth rang true inside these bones
As the old pine fell we sang
Just to bless the morning.
Hot sand on toes, cold sand in sleeping bags,
I've come to know the friends around you
Are all you'll always have
Smoke in my lungs, or the echoed stone
Careless and young, free as the birds that fly
With weightless souls now.
We grow, grow, steady as the morning
We grow, grow, older still
We grow, grow, happy as a new dawn
We grow, grow, older still
We grow, grow, steady as the flowers
We grow, grow, older still
We grow, grow, happy as a new dawn
We grow, grow, older still
Old Pine
Ben Howard
Location: Vila do Bispo, Sagres
Get out of town
The world is turnin', I hope it don't turn away.
All my pictures are fallin' from the wall where I placed them yesterday.
I need a crowd of people, but I can't face them day to day.
Though my problems are meaningless, that don't make them go away.
I went to the radio interview, but I ended up alone at the microphone.
Now I'm livin' out here on the beach, but those seagulls are still out of reach.
Get out of town, think I'll get out of town.
I head for the sticks with my bus and friends,
I follow the road, though I don't know where it ends.
Get out of town, get out of town, think I'll get out of town.
'Cause the world is turnin', I don't want to see it turn away
Alone at the end of the day
I'm a fast breather, I'm a hairless dog.
And alone at the end of the day, I'm just like the gathering fog.
I'm a slow mover, I'm the best laid plans.
And alone at the end of the day, I just sit with my head in my hands.
But we speak easy. And we seldom fight.
And I chew on the bones of the day while you sleep soft and warm in the night.
And i can't see you, with anyone else.
Even if that means holding me down, even if that means losing myself. He's a smooth talker. And he shaves his face.
And i wonder if you look at me and instead see him taking my place.
But i do need you, and no one else.
And i hope you're around and forgiving when you see me losing myself.
Sitting around smoking weed
I wanted her
But she doesn't like the
life that I lead Doesn't
like the life that I lead. Doesn't
like sand stuck on her feet. or
sitting around smoking weed,
I must seem more like a friend
in need.
Meco, Sol & Rock n´Roll
O 17º SBSR realizado pela 2ª vez no polémico recinto do Meco teve provalvelmente um dos melhores cartazes de sempre. Só assim se explica a quantidade de bifes e espanhois, cerca de 20% do público presente. Artic Monkeys, Arcade Fire e The Strokes são dos nomes mais fortes do rock n´roll da actualidade. É como ter no mesmo cartaz os Oasis, Smashing Pumpkins e the Guns and Roses na altura em que eles estavam frescos e no auge da carreira. Outros nomes que já são bem reconhecidos muito para além da cena indie como Beirut, Lykke Li, The Walkmen, Jose Gonzales (Junip) estavam presentes assim como outros nomes consagrados como Portishead e o rei das rádios em 2009, Brandon Flowers (dos Killers). Os portugueses estavam muito bem representados a começar por B Fachada, o mais produtivo cantautor ao estilo de Sérgio Godinho, e X-Wife, a banda indie rock que muito aprecio, ainda mais quando sinto que não lhes é dada a atenção devida.
Depois da viagem a partir de Lisboa, que pode demorar desde 30 minutos a 4 horas, a chegada ao Meco dá sempre uma sensação boa. A visão do palco gigante, a primeira banda que já toca, o sol que se começa a pôr, o verde das árvores e da erva, as hippies modernas de calções curtinhos e óculos retro com o bronzeado do dia passado na praia. O caos organizado do acampamento. É como chegar ao Festival Woodstock em 1969!
O primeiro concerto é no palco secundário, nem que seja só pela fantástica composição de árvores, pôr-do-sol e guitarras. A Superbock começa a ser consumida, aqui e ali respira-se muito mais do que o pó, dança-se na areia, canta-se para a Lua que vai alta.
The Strokes baby!
How to recover your heart
The Beatles - Yesterday
Bod Dylan - Like a Rolling Stone
Eddie Vedder - Broken heart
Fleet Foxes - Tiger Mountain Peasant Song
Josh Rouse - Life
Jeff Buckley - Last Goodbye
Ornatos Violeta - Ouvi Dizer
Tame Impala - It is not meant to be
Rilo Kiley - Dreamworld
The Strokes - Someday
The Shins - New Slang
The Smiths - This Charming Man
To ensure you are really cured you also should go surfing and party hard with your friends
The roots of surfing
Sábado = Gin Vómito
bebedeira, bezana, bertuija, borracheira, buba, bubadeira, cadela, cadelão, camada, carraspana, constipação, estalo, manta, narsa, piela, pifo, puta, tosga..
Fim de Tarde
Neil Young - Out on the Weekend (Harvest, 1972)
Think I'll pack it in
and buy a pick-up
Take it down to L.A.
Find a place to call my own
and try to fix up.
Start a brand new day.
State of Art
Aveiro
Dress Sexy
Dress sexy at my funeral my good wife
For the first time in your life
Wear your blouse undone to hear
And your skirt split up to here
Oh dress sexy at my funeral my good wife
For the first time in your life
Wink at the minister
Blow kisses to my grieving brothers
Dress sexy at my funeral my good wife
And when it comes your turn to speak for the crowd
Tell them about the time we did it
On the beach with fireworks above us
On the railroad tracks with the gravel in your back
In the back room of a crowded bar
And in the graveyard where my body now rests
Oh dress sexy at my funeral my good wife
Dress sexy at my funeral my good wife
For the first time in your life
Also tell them about how I gave to charity
And tried to love my fellow man as best I could
But most of all don't forget about the time on the beach
With fireworks above us.
And when it comes your turn to speak for the crowd
Tell them about the time we did it
On the beach with fireworks above us
On the railroad tracks with the gravel in your back
In the back room of a crowded bar
And in the graveyard where my body now rests
Oh dress sexy at my funeral my good wife
Dress sexy at my funeral my good wife
For the first time in your life
Also tell them about how I gave to charity
And tried to love my fellow man as best I could
But most of all don't forget about the time on the beach
With fireworks above us.
Não vou procurar quem espero
Se o que eu quero é navegar
Pelo tamanho das ondas
Conto não voltar
Parto rumo à Primavera
Que em meu fundo se escondeu
Esqueço tudo do que eu sou capaz
Hoje o mar sou eu
Esperam-me ondas que persistem
Nunca param de bater
Esperam-me homens que desistem
Antes de morrer
Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim não toquei em nada
Do que em mim tocou
Parto rumo à maravilha
Rumo à dor que houver pra vir
Se eu encontrar uma ilha
Paro pra sentir
E dar sentido à viagem
Pra sentir que eu sou capaz
Se o meu peito diz coragem
Volto a partir em paz
In the mood for...
Neil Young - Harvest Moon
Come a little bit closer
Hear what I have to say
Just like children sleepin'
We could dream this night away.
But there's a full moon risin'
Let's go dancin' in the light
We know where the music's playin'
Let's go out and feel the night.
Because I'm still in love with you
I want to see you dance again
Because I'm still in love with you
On this harvest moon.
When we were strangers
I watched you from afar
When we were lovers
I loved you with all my heart.
But now it's gettin' late
And the moon is climbin' high
I want to celebrate
See it shinin' in your eye.
Because I'm still in love with you
I want to see you dance again
Because I'm still in love with you
On this harvest moon.
Come a little bit closer
Hear what I have to say
Just like children sleepin'
We could dream this night away.
But there's a full moon risin'
Let's go dancin' in the light
We know where the music's playin'
Let's go out and feel the night.
Because I'm still in love with you
I want to see you dance again
Because I'm still in love with you
On this harvest moon.
When we were strangers
I watched you from afar
When we were lovers
I loved you with all my heart.
But now it's gettin' late
And the moon is climbin' high
I want to celebrate
See it shinin' in your eye.
Because I'm still in love with you
I want to see you dance again
Because I'm still in love with you
On this harvest moon.
Cortar Copiar
There's something in the air tonight
A feeling that you have that could change your life
There's something burning up inside
I reach out for you and our hearts collide
With hearts on fire I reach out to you tonight
Fim de semana
Acordar tarde, abrir a janela, sentir o sol, escolher um cd, volume demasiado alto e música para toda a gente.
The Strokes
É difícil escolher uma música dos Strokes. Fica aqui um grande clássico para assinalar o início da contagem até ao SBSR no Meco.
As notícias
Nestes últimos dias os jornalistas não têm tido descanso. Sismo de magnitude 9 e avassalador tsunami no Japão seguido do que é já considerado o 2º maior acidente nuclear da história. Na Líbia Kadhafi bombardeia o seu próprio povo para se manter no poder. Iminente queda do governo de Sócrates e entrada das políticas do FMI em Portugal.
Heróis
O dia começa cinzento com a notícia do violento sismo de magnitude 9 e posterior tsunami do Japão com 10 metros de atura. A noite chega escura, chuvosa, com um brusco telefonema a comunicar-me da morte de um amigo, um irmão, exactamente um ano mais velho do que eu. Os heróis nunca se demoram muito tempo na mesma paragem, aparecem e deixam a sua marca, são conhecidos e respeitados. Vivem intensamente, conhecem a alegria e a dor, a música e o amor, no fundo, como se sempre soubessem quando e como iriam partir. Partem de normalmente de madrugada sem avisar, solitários mas tranquilos. Para sempre ficará na nossa memória a primeira vez que os vimos. Com a mesma idade (27) partiram o Jim Morrison e o Jimi Hendrix. Hoje foi a vez do João.
Efeméride
Passou uma década desde aquela noite de temporal, quando as televisões interromperam a emissão para noticiar da ponte que tinha caído, o autocarro e os carros que tinham desaparecido. Nessa noite foram engolidas pelo rio 59 pessoas, entre elas crianças. Na manhã seguinte, a imagem que restava da ponte Hintze Ribeiro, inaugurada em 1887.
Suiça
Airolo, Suiça 28/02/2011 Aqui está um clip da última viagem à neve, em Airolo na Suiça, publicada no blog queriaserumaboladeneve. A música escolhida é curta pelo que tive de deixar algumas boas manobras de parte. Ainda assim espero que gostem. Desta vez fomos a convite do Rui Fernandes (aproveito para agradecer mais uma vez a hospitalidade) que se encontra a trabalhar em Airolo, uma pequena comunidade na Suiça no cantão Italiano. Resumindo, o Rui tem à sua disposição neste momento uma pequena estância com 30 km de pistas a 500 metros de casa, uma linha de 3 boxes e outra de 3 saltos a 100 metros e, no seu quintal privado, quando neva mais, funciona um tubo largo onde pode treinar bastando descer as escadas da sua casa. Assim torna-se um bocadinho menos difícil estar longe de casa! Um abraço também ao Pedro que partilhou algumas rides connosco. Float away... |
Kadafi!!!
«Queria dizer algo aos jovens que se encontram na Praça Verde (em Trípoli) e gostava de permanecer mais tempo com eles mas ... começou a chover. Obrigado Deus! A chuva é boa!»
Life
life is good sometimes is bad
it has its ups its has its downs
just sing a song and feel all right
cause that´s just life
Josh Rouse
it has its ups its has its downs
just sing a song and feel all right
cause that´s just life
Josh Rouse
Neve
Está na altura de ir para a neve. Pela segunda vez vou atravessar a Península Ibérica para ir para Andorra, o principado no meio dos Pirinéus que vive essencialmente do turismo da neve e dos seus baixos impostos, terra natal de Merche Romero! São 1300 km, 13 horas de distância. Vai ser uma semana com amigos, montanha, snowboard e muito float away!
Surfista
Surfista: Francisco Foto: António |
De pé na frágil tábua
onda a onda ele escrevia
poesia sobre a água.
Era uma escrita tão una
de tão perfeita harmonia
que o que ficava na espuma
não se podia apagar:
era a própria grafia
do poema do mar.
Manuel Alegre
Sophia
Sophia de Mello Breyner Andersen: “quando eu morrer voltarei para buscar/Os instantes que não vivi junto do mar”.
Band of Horses
Eu sabia que era obrigatório ir ao concerto de Band of Horses na aula magna. Que arrependimento não ter podido ver como estava a barba rija do Ben Bridwell e dos seus cavaleiros, não ter sentido as grandes paisagens a fazer lembrar o Oeste de John Ford e de não ter escutado ao vivo músicas como esta que, ao primeiro acorde, provocam a libertação de qualquer químico no cérebro que nos faz sentir bem.
Egipto
Nos Domingos sou quase sempre invadido por uma leve melancolia. Sinto-a chegar no final do dia, no crepúsculo, e acompanha-me noite dentro. É véspera de mais uma difícil Segunda-Feira e o início de uma longa e penosa semana. Simultâneamente é um momento de consciência e quietude, proporcionado talvez pelo lânguido fim-de-semana, e onde procuro situar-me e fazer mais um balanço da minha vida. Tal como hoje, muitas vezes não é fácil fazer esse balanço.
Passaram mais sete dias e não surgiu nenhuma oportunidade de trabalho mas a semana nem foi mal passada. O Inverno deu algumas tréguas e estiveram belos dias de sol sem vento com umas ondinhas de um metro. Sexta-feira houve um jantar cá em casa onde, sem querer, assinalaram-se os 50 anos do início dos movimentos contra a colonização de Angola, 4 de Fevereiro de 1961. A minha mãe nasceria 2 meses depois em Luanda, cidade de onde teria que partir, forçada, aos 14 anos, sozinha com o seu irmão mais novo. Vi dois filmes bons: "Waltz with Bashir", e "O rapaz com o Pijama às Riscas" muito apropriados, tendo em conta a revolução pró-democracia que está a acontecer no Egipto esta semana. Há quem defenda que é possível a democracia num estado islâmico, mas o ocidente parece estar com medo que os radicais cheguem ao poder. Vou esperar para ver o que vão fazer o Obama e a Clinton.
(este texto ainda não foi escrito segundo o novo acordo ortográfico)
Desemprego
Tive oportunidade de assistir a mais um belo concerto no Coliseu de Lisboa. Aqui fica o momento mais marcante.
O plano é não planear
Tal como o "é proibido proibir" a minha frase de hoje é "o plano é não planear". Hoje foi o dia em que todos os planos foram por água abaixo. Nada do que que tinha planeado foi cumprido. Planeei ir à praia de manhã, fiquei a dormir até tarde. Secalhar ainda bem porque as ondas não estavam grande coisa. Planeei ir assistir a uma palestra à tarde, acordei tão tarde que também não deu para ir. Talvez tinha sido melhor assim pois se tivesse ido não poderia ter ajudado uma amiga que estava a precisar. Planeei não ir a uma viagem à neve porque causa de uma colecção de motivos que tinha pensado na altura. Afinal vou. E ainda bem, sei agora que me arrependeria senão acompanhasse os meus amigos, aqueles de sempre, os verdadeiros. O snowboard e a neve são só a cereja no topo do bolo, as amizades que se cultivaram ao longo do tempo são no final, talvez as coisas mais importantes que se leva da vida. São para disfrutar e ir acompanhando à medida que crescem. Mais uma viagem, mais uma oportunidade para partilhar experiências e emoções que serão sempre lembradas e relembradas numa conversa de café ou a beber um copo no Bairro.
Drop
No surf, depois de feito o take-off segue-se o drop! Como não poderia deixar de ser vou utilizar o blog para ir partilhando o que ando a ouvir. Neste momento é o álbum de Ariel Pink Haunted Graffiti intitulado "Before Today" de 2010 que, só por curiosidade, foi considerado o 9º melhor do ano pela Pitchfork. O nome do álbum até parece fazer sentido pois quando ouvimos pela primeira vez parece que recuamos duas décadas ou mais no tempo mas simultâneamente nunca ouvi nada assim. Não posso deixar de referir o álbum de Deerhunter, "Halcyon Digest", para mim o melhor do ano de 2010. E também o concerto do Legendary Tigerman no Coliseu dos Recreios no passado dia 22 de Janeiro.
Take-off
Sou o mais velho de quatro irmãos, João, Francisco, António e Maria, que é a mais nova. Nasci em 1985 em Lisboa, e perdi o 25 de Abril.O meu signo diz que sou teimoso e que quando meto uma coisa na cabeça pouca gente me pára mas não sou de fazer grandes planos, aprendi a deixar-me ir com a corrente. Gosto de ler os livros que tenho cá por casa e ouvir a Radar no carro quando vou apanhar umas ondas para a costa. Gosto de andar por Lisboa quando estou triste e a sensação de partir para uma nova viagem...
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